O ano era 2006. Sentado à frente do monitor em mais um pacato dia no escritório, Carlos recebe uma ligação que mudará a sua vida para sempre. Do outro lado da linha, um amigo empresário de muito sucesso e conexões, possui uma proposta de emprego a princípio impossível de recusar: trabalhar como contratado para a ONU. Havia apenas um pequeno porém: o local de trabalho eram bases e campos de operações próximas a diversas áreas de conflito no mundo, onde guerra, conflitos étnicos e ataques eram rampantes.
Embora qualquer um em sua sanidade mental teria recusado na hora uma proposta de emprego que envolvesse um grande risco de vida ou saúde, Carlos considerou seriamente a proposta e acabou aceitando-a por conta de um (grande) diferencial: a promessa de um salário insanamente alto.
Segundo a proposta, Carlos não apenas teria um salário mais que o três vezes maior do que o mesmo cargo em qualquer outra empresa, mas também contaria com um adicional de insalubridade,um adicional de risco trabalhista e um seguro de vida e acidentes que, embora apavorantes, tornaram a proposta melhor que qualquer outro emprego que havia trabalhado até então – e talvez até da vida. Além disso, estaria ganhando integralmente em Dólar e – provavelmente a cereja do bolo – não pagaria um sequer centavo em impostos por estar em áreas considerada “Duty free.”
Carlos quase que de imediato aceitou a proposta e seus próximos cinco anos foram de muita agitação, situações tensas e memórias para uma vida toda. E em paralelo, o salário altíssimo e sobrevalorizado jorrava dinheiro todos os meses, como uma verdadeira mangueira de dinheiro abastecendo a conta bancária aparentemente sem fim.
Continuar lendo “Estudo de caso: o que você faz quando a mangueira de dinheiro seca?”