As ilustrações deste post são uma cortesia da Sra. Pinguim, que posta ilustrações diversas do cotidiano feminino em seu blog Maluzeando Lettering, e também no seu Instagram.



Quem nunca passou por uma situação dessas? No dia do pagamento se sente um rei ou rainha, aproveita o breve momento de riqueza para se esbanjar em seus desejos e logo percebe que todo o dinheiro foi embora e agora se encontra na mesma situação que começou. Que mais fazer senão esperar o próximo salário cair na conta para se sentir novamente rico e empoderado para tão naturalmente cair na mesma armadilha e repetir tudo de novo?
Esta é a conhecida rotina da tão famosa corrida dos ratos, a praxe pela qual a sociedade vive de consumir e trabalhar para consumir mais, e contra qual a finansfera luta para obter uma vida verdadeiramente livre. Ainda assim, há algumas nuances nesta história tão batida que as pessoas simplesmente não enxergam por estarem tão absorvidas e acostumadas nesta “rotina,” e a má notícia é que, se não conscientizadas, podem levar qualquer um ao desastre financeiro. Vamos analisar esta história mais a fundo.
O dinheiro só é tão bom enquanto ele durar
Ao passo que muitos podem vir a criticar o dinheiro, dizendo que ele corrompe as pessoas e eventualmente não traz felicidade, ainda estou para conhecer alguém tão repulsivo ao dinheiro que se desfazeria dele. É conhecimento comum que o dinheiro é ter do que não (ironicamente quando a quantia é muito grande isso se torna o contrário), mas esta filosofia mascara a grande fraqueza comum do dinheiro: ele apenas tem utilidade enquanto ele durar na sua mão.

Você pode se sentir rico temporariamente enquanto o salário está em suas mãos e a sua conta bancária está mais inchada que o de costume, mas no momento que decide utilizar o dinheiro para trocar por algum bem ou outra coisa de valor, o dinheiro some e toda a sua utilidade desaparece. Não só deixamos de nos sentir ricos, mas também muitas vezes nos sentimos mais pobres, pensando naquele dinheiro que foi embora – e quase sempre nunca poderá voltar.
Não é possível mudar esta propriedade tão intrínseca do dinheiro. Portanto, devemos sempre considerar o que realmente nos traz valor quanto às nossas compras materiais. O valor recebido sempre deve significantemente maior do que o custo que elas possuem tanto de imediato quanto ao decorrer do tempo.
Esqueça o dinheiro e foque no fluxo de caixa
Se o dinheiro é inútil uma vez que utilizado, qual é a alternativa? É possível garantir que ele continue nos servindo tanto quando está em nossas mãos ou depois de ter sido utilizado?
Felizmente, a resposta é SIM! Mas antes de elaborarmos a resposta, precisamos introduzir uma alternativa melhor ao dinheiro vivo na mão ou na conta do banco: o fluxo de caixa.
Já que o dinheiro se torna inútil uma vez que utilizado, a única forma de mantermos alguns deles em nossas mãos é tendo um fluxo constante dele na nossa vida. Seu salário, por exemplo, é uma forma de fluxo de caixa, repondo dinheiro mensalmente, mas depende do seu esforço para ser mantido. E ao passo que um alto salário pode ser o suficiente para repor seu dinheiro e garantir seus custos para o próximo mês, uma vez que você pára de trabalhar (ou é forçado a parar por circunstâncias externas), este fluxo também pára. Você precisa se manter em movimento para se manter de pé, tal como numa bicicleta:

Não seria melhor se o seu fluxo de caixa pudesse prosseguir de maneira menos dependente do seu esforço, ou até mesmo completamente independente do seu esforço? A verdade é que isto é possível através do processo de investimentos. Investir, na sua descrição mais básica, significa comprar coisas chamadas de ativos que se valorizam e produzem um fluxo de caixa de forma passiva para você.

Mais importante do que explicar o que se categorizam como ativos (ex: ações, fundos imobiliários, cotas do Tesouro Direto, cotas de CDBs ou fundos de investimentos) é providenciar um contra-exemplo do que eles não são: tudo aquilo que eventualmente tira dinheiro do seu bolso não é um ativo – eles são chamados de passivos financeiros.
Carro próprio, casa, seus eletrônicos, roupas e jóias caras são todos bens de consumo desejáveis, mas perdem valor eventualmente ou precisam de manutenção ou reposição – são todos passivos. Viver uma vida apenas acumulando passivos ou – pior – acreditando que eles são uma forma de investimento é uma receita de bolo para quebrar até as pessoas mais bem-pagas da mídia.

Uma roupa ou carro novo não vai te deixar mais rico…
Você pode ver, mas não enxergar, aquilo que não conhece
A pergunta que permanece, portanto, é: se todos nós percebemos este círculo vicioso da corrida dos ratos, por que é a maioria não consegue quebrar este hábito ruim e melhorar de uma vez por todas suas vidas?

Parte da resposta está no fato que você não consegue enxergar aquilo que você não conhece. Uma pessoa comum pode até abrir o capô do seu carro, mas tudo que verá é um emaranhado de tubos, fios, compartimento e uma obscuridade que não lhe traz sentido nenhum. Um mecânico ou engenheiro porém, com seu vasto conhecimento, enxerga exatamente cada parte que faz o carro funcionar, e exatamente onde se encontra o problema quando alguma coisa não está funcionando.
No âmbito financeiro, é parecido: para quem não tem conhecimento financeiro, todos os produtos financeiros parecem iguais. A diferença? Enquanto peças de carro podem não parecer assustadoras para um leigo, a palavra “investimento” apavora aqueles que não têm conhecimento.
A melhor maneira para começar a enxergar (e não só “ver”) os conceitos financeiros é acumulando conhecimento via educação financeira. Como nas palavras do educador financeiro americano Tony Robbins, você “não deve atravessar uma floresta sozinho,” mas sim contar com o conhecimento dos mais experientes para trilhar o melhor caminho. Um guia que poderá lhe auxiliar bastante é o livro RICAmente: Virando o jogo financeiro da sua vida em 40 dias, autorado por mim, que consiste num guia rápido, prático e conciso de todo o conhecimento que você precisa saber e aplicar para revolucionar a sua vida financeira. É um ótimo guia para lhe iniciar no aprendizado financeiro e finalmente quebrar os hábitos ruins que mantém tantas pessoas “aprisionadas” num ciclo financeiro improdutivo.
Com educação financeira e ações conscientes e constantes, todos nós conseguiremos mudar nossas situações financeiras e também nossa comunidade à nossa volta. Por uma vida onde todos os dias sejam de abundância e prosperidade financeira!

E você: como irá transformar sua vida financeira hoje, e fazer que seu salário nunca “desapareça” mais no fim do mês? Escreva nos comentários!
Abraços e seguimos em frente!
Pinguim Investidor
Obrigado à Maluzeando Lettering pelos excelentes desenhos e trabalhos de arte que enfeitam este post! Visite o site dela para mais trabalhos de arte e lettering excelentes.
Nem imaginava que através das minhas ilustrações simples faria um excelente post como este. Quem nunca passou por isso ou ainda se identifica? Eu mesma era exatamente assim e hoje vejo o quanto sou agradecida aos seus ensinamentos. Parabéns pela matéria. Amei!
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