Resolvi recentemente controlar meu orçamento para melhor anotar os aportes mensais. No primeiro mês inteiro, o estudo foi 100% passivo: simplesmente anotava os gastos e separava por data e categoria e arquivava, sem esforço nenhum para controlar. Após um mês de dados arquivados, consegui separar as categorias e tive uma base para melhor conseguir me planejar, onde reduzir, onde aumentar, onde cortar, etc. O segundo mês teve uma aplicação mais ativa, onde eu com meu orçamento em mente resolvi controlar melhor as finanças.
Aqui estão algumas coisas que aprendi neste experimento:
1 – Se você não tem um orçamento, você não tem controle sobre o seu dinheiro
Se você não sabe o quanto gasta, você não sabe com o que gasta. Você não controla o seu dinheiro – o seu dinheiro te controla. Ponto final.

2 – Custos de base são altos, mas não imutáveis
Vendo as minhas contas acumuladas, me dei conta que os tais “custos de base” que tanto se falam (aluguel / condomínio, luz, água, gás, celular, etc) não são insubstituíveis.
Posso mitigar meu aluguel fazendo escolhas inteligentes como me mudando para um lugar mais barato. Posso reduzir o supermercado comprando coisas mais simples ou comendo menos (e mais frequentemente). Posso reduzir a conta de celular pegando plano pré-pago, ou até mesmo não tendo um plano de celular. Fácil de fazer? Claro que não. Impossível? Também não.
3 – Diversão nada mais é do que um transporte e uma refeição
Salvo se o lugar pra onde você quer é 100% dedicado ao entretenimento, e de duração curta (ex: cinema, teatro, shows, boliche), qualquer outra forma de “diversão” na cidade grande nada mais é que ir a outro canto da cidade e comer em algum restaurante.
Como você corta estes custos? Levando comida de casa, é claro.
4 – Você não pode mudar o preço do transporte, mas você pode mudar o lugar pra onde vai
Pode fazer a passeata, protesto e black block que quiser; o preço da passagem de ônibus, litro de gasolina, do táxi ou do Uber só tenderá a subir. Mas o que você pode fazer é mudar o local onde você quer fazer as coisas.
Ir a pé ou de bicicleta a locais não tão longes também é uma alternativa altamente efficiente, saudável, e que te economiza bastante – vale a pena considerar se o seu lugar não é muito úmido ou violento.
5 – É possível ter entretenimento e vida social gastando pouco, ou até mesmo nada
Parques, natureza, piquiniques, praças, praias, play do prédio, espaços vazios em shoppings… a lista continua, e seus únicos custos continuam sendo aqueles apontados na lição #3. É só focar na experiência humana e jogar no lixo pra sempre o paradigma que diz que pra se divertir tem que ir pra algum restaurante ou bar.
Meu budgeting continua não sendo perfeito, mas enquanto eu trabalho nele, continuo sempre aprendendo e aumentando o meu controle sobre o meu dinheiro.
E vocês, tem alguma estratégia de orçamentos, ou alguma experiência interessante nesse assunto? Comentem aí!
Abraços!
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Pinguim Investidor,
O orçamento mensal é essencial para sabermos em que estamos gastando. Além disso, é útil revê-lo alguns meses depois com o sentido de reflexão.
Em vários gastos, haverá interrogações do tipo:
Por que comprei isso?
Como tive coragem de gastar tanto com isso?
Boa semana,
Simplicidade e Harmonia
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Olá S&H,
Concordo. É apenas através de um orçamento que, como diz o Rafael Seabra, temos o nosso “Raio-X da vida financeira.”
Quantas vezes eu já não cheguei no fim de algum mês e me perguntei “pra onde que foi tudo isso?” Desde minha educação financeira, graças a deus nunca mais isso me aconteceu.
E o seu ponto é mais relevante do que nunca: o gasto em si não é 100% inerentemente maléfico, mas sim o gasto desalinhado com o valor. Se você recebe valor significativo comprando alguma coisa, não há mal em gastar conscientemente. É o conceito-chave do livro da Vicky Robin:
https://pinguiminvestidor.home.blog/2018/12/29/resenha-do-pinguim-2-your-money-or-your-life-de-vicki-robin-e-joe-dominguez/
Abraços!
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